2013

Ele tinha acabado de passar no vestilbular, estava quase careca, jeans e camiseta e tocou a campainha do apartamento em uma madrugada de jogos entre amigos.

Ela atendeu a porta já que o anfitrião não se encontrava.

” tem um menino aqui procurando o Sabiru. O nome dele é Kauã”

Sabiru grita de lá de dentro: “diz pra ele entrar”.

Ele entrou e começou a jogar com a gente… minto. primeiro ele foi ao banheiro expelir pela boca o que havia ingerido naquela noite. Sujou o banheiro inteiro e não falou nada. Estava trêbado. Ainda comemorando sua entrada na faculdade.

Tinha altura mediana, muito branquinho, boquinha vermelha e dezessete anos. Sentou ao lado dela e nas risadas, jogava-se inteiro para o seu lado. Sorria. Abraçava.

O amigo percebia a presepada e dizia “pega logo!”. Mas ele era uma criança.

Divertiram-se, jogaram mímica, saíram mais vezes junto aos amigos.

Ela vivia uma época complicada. Estava saindo da casa da mãe, montando apartamento. Ele sempre prestativo, ia lá ajudar a montar os móveis.

Quando faltava uma semana para o aniversário dele de dezoito anos, finalmente se beijaram.

Ao atingir a maior idade, fazia visitas esporádicas à sua amiga, contava seus planos, sua evolução.

Passaram-se os anos, ele se formou em direito, montou negócios, viajou o mundo, terminou o mestrado, voltou pra cidade e a procurou.

Mesmo dez anos depois, continuam amigos, daqueles com vantagens, sem expectativas nem planos, apenas os encontros esporádicos que tem seus intervalos, mas sempre voltam a acontecer.

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